A Reserva

Localizada no munícipio da Lapa no Paraná, a RPPN Mata do Uru possui uma área de 129,67 hectares, abrigando Floresta com Araucárias (floresta ombrófila mista) e Campos Naturais (Estepe – gramíneo lenhosa). Junto com o Parque Estadual do Monge (330ha), formam um importante contínuo de áreas naturais protegidas.

Ao contrário das demais propriedades particulares ao seu redor, dedicadas à produção agrícola, pecuária e reflorestamentos com espécies exóticas, a Mata do Uru é um oásis de conservação ambiental em meio a uma vastidão de terrenos completamente descaracterizados em termos de vegetação nativa. Por fazer divisa com o Parque Estadual do Monge, a Mata do Uru funciona como área de amortecimento da unidade de conservação, ajudando a preservar a vegetação nativa em seu entorno e evitando impactos ambientais.

O relevo da propriedade é íngreme a norte e noroeste, mas há trechos com variados graus de inclinação nas demais áreas. Algumas são suavemente onduladas, com declividade em torno de 8%. Porém, em outros locais, a declividade chega a 45%. O arenito encontrado na região é denominado Arenito da Lapa. A análise da hidrografia da região indica que a Reserva Mata do Uru faz parte da grande bacia do Rio Iguaçu que, por sua vez, integra a bacia do Rio Paraná, a mais importante do estado e que abrange cerca de 80% do território. Um levantamento de campo realizado na reserva mostrou que existem 34 nascentes e 40 rios dentro de seu perímetro. O maior curso d’água é o Rio Calixto. O regime das águas, as rochas e a alta declividade do solo em alguns locais deram origem a três belas quedas d’água. A maior tem aproximadamente 10 metros de altura.

História

Layer 03

Adquirida na década de 1950 pelo Sr. Ari Campanholo, com o objetivo de preservar o remanescente ali existente, quase intocado.

08- _DSC8919

Em 1985 o Sr. Gabriel Campanholo, filho do Sr. Ari, mudou-se para a área, construindo uma pequena sede, onde morou até dezembro de 2003.

Layer 05

Durante o período em que esteve na fazenda, o Sr. Gabriel efetivou práticas conservacionistas, dentre elas o plantio de espécies nativas produzidas na própria área.

Layer 06

Foram cerca de 80 mil pinhões plantados e acompanhados, mas o registro desse processo foi perdido com a invasão da casa após sua morte.

1407433486-veado-catingueiro_1411095547_C_234_234

Quanto à conservação da fauna os caçadores eram afugentados tanto quanto possível.

Layer 07

No início da década de 2000 o proprietário começou o processo para tornar a área uma RPPN, o que garantia a preservação do local por lei. O processo foi concluído em 5 de março de 2004, 3 meses após sua morte, em 9 de dezembro de 2003.

Posigraf

uru_09

Para conservar a sua propriedade, apesar das muitas dificuldades, o Sr. Gabriel Campanholo ouviu pela rádio uma entrevista do fundador e diretor executivo da SPVS (Instituto de Pesquisa em Vida Selvagem e Educação Ambiental), Clóvis Borges, falando sobre a importância da conservação da natureza e da Floresta com Araucárias.

Layer 04

Por meio de uma carta, o Sr. Gabriel entrou em contato Clóvis, expondo as dificuldades que proprietários rurais estavam tendo para conservar suas propriedades, destacando a dificuldade financeira, mesmo reconhecendo a importância da conservação ambiental.

Layer 08

Com o recebimento da carta, a SPVS entrou em contato com o Sr. Gabriel e, após a realização de uma visita em campo, verificou-se a necessidade real de aquele ambiente ser conservado. Foi então que a SPVS fez a ponte entre o Sr. Gabriel e Giem Guimarães, diretor da Posigraf na época.

Layer 09

Por meio do recém criado Programa de Adoção de Áreas – com o objetivo de auxiliar os proprietários rurais a conservar os remanescentes naturais presentes em suas propriedades –, em 2003 a Posigraf adotou a reserva, sendo a primeira empresa a integrar o programa. Em 2007 o programa foi renomeado, passando a se chamar Programa Desmatamento Evitado.

Layer 10

A parceria entre a Posigraf, a família do Sr. Gabriel Campanholo e a SPVS já dura 20 anos.

Trilha das Araucárias

De todas as trilhas existentes na Reserva Mata do Uru, a Trilha das Araucárias foi escolhida para ser revitalizada e compor o Programa de Uso Público da RPPN.

A escolha se deu pelo fato de a trilha se localizar em uma das áreas mais conservadas de fácil acesso e com maior potencial para atender aos visitantes.

A trilha tem

653 metros

Placas indicativas e interpretativas foram instaladas ao longo do percurso e em uma pequena praça próximo à sede da propriedade.

Caminhando pelas trilhas é possível observar vários animais e plantas nativas da Floresta com Araucárias.

Fauna

Layer 17

A diversidade de animais existentes na Reserva Mata do Uru é impressionante quando se leva em conta o tamanho da área. Em apenas 129,6 hectares de floresta, centenas de espécies.

Layer 18

O diagnóstico dos grupos faunísticos foi por meio de busca ativa, análise de vestígios, pesquisas e monitoramento do ambiente, inclusive com a instalação de armadilhas fotográficas.

Veado-catingueiro

Cervídeo comum na região do segundo planalto paranaense. Possui registro recente para o município da Lapa, tendo sido considerado por BORGES (1989) o cervídeo mais comum no Parque Estadual de Vila Velha, PR. Seu comprimento varia de 1 a 1,4 m e o peso está em torno de 20 kg. A altura do ombro pode chegar a 75 cm. Sua pelagem é marrom-escuro no dorso e mais pálida no ventre. Habita locais com as mais variadas características, e mantém-se ativo diuturnamente. Alimenta-se de vários tipos de plantas. Possui hábito sedentário, com a área de vida não ultrapassando algumas centenas de metros de circunferência. Tímido, normalmente fica imóvel na presença de alguma ameaça. Caso esta técnica não funcione, foge em disparada. No entanto, não possui a resistência característica de outros cervídeos, o que faz com que seja morto com facilidade por cães domésticos.

Uru

É um pequeno galináceo florestal. Anda em grupos pelo solo e prefere escapar correndo, evitando voar.  Constroem os ninhos no solo, às vezes dentro de um buraco. O canto é uma vigorosa e sonora sequência, ligeiramente ondulada, emitida ao crepúsculo pela ave empoleirada para dormir. O casal canta em dueto; o macho inicia a cantoria e logo a fêmea a ele se une. O restante do bando silencia; assim que o primeiro se cala outro começa as manifestações sonoras por seu turno. 

Teiú, lagarto

Lagarto terrestre e de hábito diurno, que pode chegar a 1,50 m de comprimento. Podem ser encontrados sobre troncos ou próximo a corpos d’água, nadando e mergulhando com destreza, podendo ficar submersos por mais de uma hora. Apresenta caráter oportunista, sendo facilmente encontrado se alimentando de ovos em galinheiros, procurando comida junto das residências ou abrigando-se em tocas subterrâneas que escava. São onívoros, alimentando-se de insetos, caracóis, peixes, anfíbios, répteis, aves adultas, ovos, roedores, frutos e carniça.

Tatu-galinha

Carapaça longa e alta, de coloração acinzentada, praticamente desprovida de pelos. Os pelos encontram-se na região ventral e possuem coloração amarelada. Sua armadura possui nove faixas (novemcinctus) conspícuas entre os escudos anterior e posterior. O comprimento médio excluindo a cauda é de 30 cm, com o peso ficando em torno de 5 kg. Alimenta-se de pequenos artrópodes e anfíbios, além de vegetais. Comum na região, tendo sido avistados três indivíduos durante a avaliação rápida. 

Tatu-de-rabo-mole

Dorso de coloração escura, com o ventre e as bordas laterais inferiores da carapaça amareladas. Seu comprimento médio é de 35 cm, excluindo a cauda, e o peso médio é de 4 a 5 kg. Caracteriza-se por possuir cauda desprovida de armadura (mole), cabeça e carapaça largas e achatadas, além de quatro garras muito desenvolvidas na pata dianteira. Alimenta-se principalmente de pequenos invertebrados e raízes.

Quati

Espécie bastante comum e amplamente distribuída pela América do Sul. No Estado do Paraná se transformou em uma das atrações do Parque Nacional do Iguaçu, em Foz do Iguaçu. Mede aproximadamente 60 cm sem a cauda e sua altura (solo ao ombro) é de cerca de 30 cm. Sua característica mais distintiva é a cauda listrada, alternando faixas escuras e claras, a qual está sempre ereta quando o animal se locomove. Sua coloração é marrom-escuro no dorso e mais pálida no ventre, com o focinho e patas negros. Normalmente está ativo durante o dia, possuindo dieta bastante variada, que inclui tanto vegetais quanto animais. Seu faro é muito aguçado, sendo frequente o hábito de escavar para capturar invertebrados que estão enterrados no solo.

Paca

Roedor grande, a paca assemelha-se à cutia na forma, porém, além do tamanho maior, possui coloração característica, com a presença de quatro ou cinco linhas brancas, pontilhadas e irregulares, em cada lado do corpo. Possui cerca de 70 cm de comprimento e pesa em torno de 10 kg. A exemplo das capivaras, vive em diversos ambientes, desde que próximo à água. Suas tocas possuem várias aberturas para facilitar a fuga, e, como as cutias, um mesmo indivíduo pode ter várias tocas. Alimentam-se de vegetais em geral e parecem ter preferência por abacates e mangas. De hábito noturno, usam sempre as mesmas trilhas para se locomover (carreiros), o que acaba facilitando a ação de predadores e caçadores. São animais solitários e extremamente individualistas. A paca é intensamente caçada por sua carne saborosa e porque destrói as plantações em áreas agrícolas. Amplamente distribuída pela América, ocorre desde o México até o sul do Brasil.

Onça-parda, puma, suçuarana ou leão-baio

Considerado o segundo maior felino brasileiro, estando representada em todos os biomas do país com ocorrência em uma grande variedade de habitats, como florestas e formações savânicas. Os machos podem chegar a 2,7 m de comprimento, com peso entre 60 a 100 Kg, sendo que as fêmeas são um pouco menores com aproximadamente 2,3 m de comprimento e com peso até 50 kg. Possui coloração variando do cinzento ao marrom-avermelhado, com a ponta da cauda de cor preta. Com hábito preferencialmente noturno, podendo ser também avistados durante o dia, são considerados animais solitários. A espécie está na lista de ameaçadas e é classificada como vulnerável para o Estado do Paraná (IAP, 2010) e Brasil (IBAMA, 2003) e em risco menor pela IUCN (2011). O registro da onça-parda foi realizado nos estudos de levantamento da fauna da RPPN Uru, que por meio de armadilha fotográfica foi capturado um vídeo de um indivíduo da espécie, com aproximadamente 50 kg em sua atividade noturna no dia 17 de abril de 2014. Apesar de apresentar ampla distribuição por todos os biomas paranaenses, o registro em vídeo foi inédito para a região da Lapa, PR. A presença da espécie havia sido constatada apenas a partir de entrevistas com a população local e vestígios.

Mão-pelada

Também conhecido como guaxinim, possui coloração acinzentada e a cauda é listrada a exemplo do quati, embora não permaneça ereta durante o caminhar. Mede cerca de 40 cm sem a cauda. A conformação de suas patas e dedos lhe confere grande habilidade para manusear objetos, auxiliando também na locomoção em terrenos alagados, seu habitat preferido. Solitário e de hábito noturno, possui dieta variada, ingerindo desde frutos até crustáceos. 

Jaguatirica

A jaguatirica é um felídeo de porte médio, Sua beleza é cativante, possuindo uma pelagem brilhante e sedosa. A coloração do dorso é ocorre e do ventre branca, a exemplo do gato-do-mato-pequeno. Porém, as manchas da jaguatirica são alongadas, com as bordas pretas cercando um interior apenas um pouco mais escuro que o exterior. Um par de listras negras corta longitudinal cada lateral da face, enquanto outro par ocorre sobre a fronte. Pode chegar a 1 m de comprimento sem a cauda e pesa em média 12 kg. Habita vários tipos de florestas, mas parece necessitar de vegetação densa. De hábito noturno, é excelente escaladora e nadadora, embora prefira locomover-se pelo solo. Alimenta-se de roedores, coelhos, cervos, porcos-do-mato, pássaros, cobras, lagartos e eventualmente peixes. Sua área de vida é cerca de 15 km². Apesar de preferir realizar suas atividades solitário, não há territorialismo rigoroso, com os indivíduos encontrando-se frequentemente e mantendo relações sociais através de contato corporal e diferentes vocalizações. Encontra-se na lista estadual e nacional das espécies da fauna ameaçadas de extinção.

Jacu

É um galiforme arborícola e voador meio desajeitado. O jacu impressiona pela força e rouquidão da voz, quando se manifesta alarmado. Alimenta-se de frutas, folhas e brotos. 

Irara

A irara é um carnívoro da família dos mustelídeos, grupo cuja característica visual mais marcante é o corpo alongado. Sua coloração é marrom-avermelhado, mais claro na cabeça e nuca e mais escuro no dorso e cauda. Possuindo um comprimento aproximado de 60 cm sem a cauda e pesando cerca de 5 kg, a irara é bastante ágil nas árvores, sendo um dos principais predadores de macacos. Possui dieta muito variada, que inclui frutos, vertebrados (inclusive cervos pequenos) e mel. Normalmente solitária, pode formar pequenos grupos familiares e mantém-se ativa diuturnamente. 

Gato-mourisco

Também conhecido como jaguarundi. Este pequeno gato silvestre possui pelagem escura e homogênea, medindo cerca de 60 cm sem a cauda e pesando em torno de 6 kg. Como todos os gatos silvestres é muito ágil e forte, sendo excelente trepador. Alimenta-se de pássaros, répteis e pequenos mamíferos. Ao contrário da maioria dos gatos silvestres é mais ativo durante o dia, caçando principalmente ao amanhecer e no crepúsculo. Sua área de vida é incrivelmente grande em relação ao seu tamanho, podendo atingir 100 km². É territorialista e vive solitário.

Gambá-de-orelha-preta

Possui orelhas pretas, pelagem escura, com as listras brancas da face e a “máscara negra” em torno dos olhos não sendo tão evidentes. Não se adapta tão bem ao convívio humano, sendo mais comum no interior de matas. 

Gambá-de-orelha-branca

Animal de hábito noturno, solitário e onívoro. Apresenta pelagem densa, de aspecto geral acinzentado, com a cabeça apresentando largas listras brancas. As orelhas também são brancas e os olhos encontram-se rodeados por pelagem negra, formando uma “máscara”. Quando adulto possui cerca de 40 cm de comprimento (cabeça e corpo). Essa espécie adapta-se muito bem a áreas alteradas, possuindo ampla distribuição geográfica no Brasil. 

Cutia

Roedor de porte médio e hábito cursorial (terrícola). Possui pelagem marrom-escuro, quase negro. Mede cerca de 50 cm, e pesa em torno de 2,5 kg. Constroem suas tocas embaixo de raízes de árvores ou em barrancos de rios. Formam pares que parecem durar por toda a vida. Cada animal, ou casal, utiliza várias tocas, provavelmente para evitar predadores. A dieta consiste de frutas, sementes, vegetação verde e plantas suculentas. Assim como algumas espécies de porco-do-mato, as cutias podem acompanhar bandos de macacos para ingerir os frutos derrubados. São grandes predadoras de sementes de araucária. Quando o par é formado, ocupa um território de cerca de 2 ha, o qual é ferozmente defendido contra outras cutias. Ocorre do Brasil central ao norte da Argentina.

Cachorro-do-mato ou graxaim-do-mato

Possui pelagem acinzentada, sendo mais escura no dorso, pernas e face. As patas, ponta da cauda e pontas das orelhas são pretas. É um canídeo de porte médio, com o corpo medindo cerca de 60 cm e o peso em torno dos 7 kg. Possui dieta onívora, alimentando-se do que estiver disponível no momento. Pode ingerir frutos, insetos, roedores, lagartos, anfíbios e aves, entre outras coisas. Frequentemente alimenta-se de carniça.

Bugio-ruivo

Possui comprimento médio de 1,5 m (incluindo a cauda), e peso médio de 8 kg. Apresentam coloração marrom-avermelhada tendendo ao preto. A região inferior do terço final da cauda é destituída de pelos e utilizada para locomoção e apoio. Possui hábito diurno, deslocando-se em pequenos grupos. Sua vocalização é forte e rouca, quase um rugido, sendo emitida normalmente pelo macho dominante. São essencialmente vegetarianos, consumindo principalmente folhas, mas também flores, frutos e brotos. São grandes consumidores de pinhões de Araucaria angustifolia(araucária ou pinheiro-do-Paraná).

Bivalves

Os bivalves são moluscos encontrados em águas salgadas e doce. As espécies de água doce podem variar de alguns milímetros até 25 cm, possuem um ciclo de vida longo, com algumas espécies podendo viver até 100 anos. Para reproduzir os machos liberam os espermatozoides na água e as fêmeas capturam por meio de um sifão, no interior das brânquias ocorre a fecundação e o crescimento de uma larva, qual é liberada e se liga a um peixe hospedeiro, onde termina seu desenvolvimento e posteriormente é liberada na água. Os bivalves de água doce possuem grande importância ecológica, por serem organismos filtradores, controlam a quantidade de fitoplâncton, detritos e partículas inorgânicas, desta forma contribuem para a qualidade da água de rios e lagos onde ocorrem, sendo considerado indicadores de qualidade ambiental. Apesar de sua importância ecológica, este grupo de animais apresentam declínio de suas populações registradas para todos os continentes devido, principalmente, a alterações no meio ambiente e a introdução de espécies exóticas.  No Brasil, onde ainda há carência de estudos, já são registradas 28 espécies como ameaçadas ou em perigo no livro vermelho da Fauna Brasileira Ameaçada de extinção, entre os quais a  espécie Diplodon charruanus, registrada para a RPPN Mata do Uru. Desta forma, este registro  possibilitará o desenvolvimento de estudos inéditos para o território brasileiro da estrutura populacional e do ciclo de vida da espécie.

Flora

A reserva possui 129,6 hectares, dos quais

76% são cobertos pela Floresta com Araucárias, e o arvoredo forma uma espécie de manto protetor que abriga muitas outras espécies vegetais.

Salta aos olhos a grande quantidade de epífitas – plantas que vivem sobre outras plantas.

A presença abundante de epífitas na Reserva Mata do Uru indica um ambiente bem conservado, já que essas plantas são muito sensíveis a qualquer alteração no meio em que vivem.

Entre as epífitas existentes, há muitas espécies de bromélias, samambaias e orquídeas.

A Reserva guarda ainda outras riquezas naturais quase escondidas e pouco perceptíveis para olhos pouco habituados. Trata-se de macrofungos macrofungos, assim definidos porque possuem tamanhos avantajados quando comparados a outros tipos de fungos, tais como líquens, ferrugens e carvões. Todos esses tipos de macrofungos podem ser observados na área.

Xaxim-bugio

A Dicksonia sellowiana Hook – Dicksoniaceae apresenta entre 2 e 5 m de altura, com até 1 m de diâmetro. O tronco é fibroso e sem espinhos, conferindo uma superfície macia, historicamente explorada para produção de vasos. É considerada uma samambaia primitiva arborescente.

Ecologia: característica Floresta Ombrófila Mista, ocorrendo apenas nos estágios avançados de sucessão.

Pinheiro do Paraná

A Araucaria angustifolia (Bertol.) Kuntze – Araucariaceae é uma árvore com altura entre 10 e 40 m, apresentando tronco cilíndrico e reto, com casca grossa e áspera, se soltando em placas. As folhas são pequenas e finas, persistindo ao inverno e as pinhas possuem de 10 a 20 cm de diâmetro, produzindo entre 10 e 150 pinhões nos períodos entre abril e julho.

Ecologia: compõe o estrato superior da Floresta Ombrófila Mista, dioica, perenifólia e heliófila.

Pasto de anta

A Psychotria sp. – Rubiaceae é gênero composto principalmente por arbustos polinizados por insetos e aves. A floração ocorre de agosto a janeiro e a frutificação entre dezembro e julho. As flores são brancas e os frutos são tóxicos e apresentam coloração azulada.

Ecologia: o gênero contém espécies bem representativas no sub-bosque, com sete espécies com ocorrência na RPPN Uru.

Orquídeas

A família Orchidaceae compreende cerca de 7% das angiospermas conhecidas, sendo uma das maiores famílias do grupo. A maioria das espécies é epífita, porém, existem espécies terrícolas, rupículas e palustres, sendo que essa diversidade permite a ocupação de diferentes tipos de ambientes. Nas regiões tropicais úmidas, onde a luz e a umidade são abundantes, a competição entre as espécies é forte, onde as orquídeas assumem um habito predominantemente epifítico. Foram levantadas 23 espécies de orquídeas para a RPPN Uru, com predominância de epífitas.

Mimosa

Foram encontrados dois indivíduos jovens da espécie arbustiva considerada como raríssima Mimosa per-dusenii Burkart (Fabaceae – Mimosoideae). É uma espécie endêmica do Paraná e foi descoberta pela primeira vez em 1914 por Per Karl Hjalmar Dusen, aí o nome “per-dusenii” (BURKART, 1947). De acordo com o Centro de Referência em Informação Ambiental (CRIA, 2014), existem 41 registros da espécie no Brasil, sendo que 85,3% destes são do Paraná, localizadas no segundo planalto. No Museu Botânico Municipal de Curitiba existem quatro registros da espécie, considerado muito pouco em relação aos registros das demais espécies.

Jacarandá

Jacaranda puberula Cham – Bignoniaceae é uma árvore de 4 a 7 m de altura, com folhas compostas bipinadas. A floração ocorre entre os meses de agosto e setembro, coincidindo com o surgimento das novas folhas. A maturação dos frutos ocorre de fevereiro a março.

Ecologia: distribuição do Rio de Janeiro até o Rio Grande do Sul, na mata pluvial da encosta atlântica.

Imbuia

A Ocotea porosa (Ness) Barroso – Lauraceae atinge entre 15 e 20 m de altura, apresentando tronco tortuoso e casca acinzentada que se desprende em placas. É caracterizada pelo odor forte, pelas folhas e simples. As flores são pequenas e branco-amareladas. Frutifica entre os meses de janeiro e março, produzindo drupas globosas lisas com coloração entre roxo-escura e vermelho-arroxeada.

Ecologia: típica da Floresta Ombrófila Mista, representando um importante papel na alimentação de aves, macacos e roedores. Aparece em florestas secundárias, tardias ou clímax.

Grinalda de noiva

Rudgea jasminoides (Cham.) Mull. Arg – Rubiaceae é um arbusto de aproximadamente 3,5 m de altura, apresentando folhas simples e opostas. As flores são brancas e compõe exuberantes inflorescências, com predominância de floração nos meses de primavera e verão. Os frutos são vermelhos e amadurecem no outono.

Ecologia: ocorre geralmente no interior de florestas bem conservadas, não tolerando exposição plena ao sol.

Falsa cataia

Drimys brasiliensis Miers – Winteriaceae é uma árvore de 4 a 8 m de altura, com folhas simples, alternas e glabras, flores brancas dispostas em umbelas terminais com 2 a 5 flores. Os frutos são bagas subglobosas, contendo 2 a 5 sementes negras.

Ecologia: nativa da Floresta Ombrófila Mista, presente em vários estados do Brasil, especialmente nas florestas de montanha das regiões sudeste e sul.

Erva-mate

A Ilex paraguariensis A. St. Hil – Aquifoliaceae é uma árvore com até 12 m de altura, caule cinza, folhas ovais e frutos pequenos de coloração verde ou vermelho-arroxeado. As plântulas são sensíveis ao sol.

Ecologia: originária da região subtropical da América do Sul, sendo consumida como chá. Além de I. paraguariensis, outras seis espécies do gênero Ilex ocorrem na RPPN Uru.

Erva-de-rato

A Palicourea marcgravii A. St. Hil. – Rubiaceae é um arbusto com aproximadamente 2 m de altura, com ramos secundários cilíndricos de coloração vermelha escura ao secar. As flores são tubulosas, amareladas na base e azul-arroxeadas na parte superior. Os frutos são bagas biloculares de inicio avermelhado e depois arroxeados.

Ecologia: maior causadora de envenenamento de gado no Brasil, sua toxina atua principalmente sob o coração, rins e cérebro.

Dedaleiro

A Lafoensia pacari Saint-Hilaire – Lythraceae possui tronco reto, podendo atingir até 14 m. As folhas são opostas e brilhantes e as flores apresentam forma de dedal em coloração branca. Os frutos são secos e armazenam sementes aladas.

Ecologia: ocorre na Floresta Ombrófila Mista e no cerrado, sendo característica de formações florestais em estágio secundário de sucessão.

Cedro

A Cedrella fissilis Vell – Meliaceae atinge entre 20 e 35 m, com tronco cilíndrico, longo, reto ou tortuoso. A casca é grossa com fissuras longitudinais profundas. As folhas são grandes e alternas com pequenas flores branco-amareladas. Os frutos são produzidos de junho a agosto em forma de uma capsula seca com sementes aladas.

Ecologia: comum nas formações florestais do estado do Paraná, sendo pioneira a secundária inicial.

Carqueja

Baccharis crispa Spreng. – Asteraceae é um arbusto com até 2 m de altura, desenvolvendo-se em locais úmidos e com luz solar direta. Os caules são verdes com expansões trialadas, as inflorescências são do tipo capítulo de cor esbranquiçada.

Ecologia: espécie nativa do Brasil, com ocorrência no Nordeste, Centro-Oeste, Sudeste e Sul.

Caraguata do campo

Eryngium sp. – Apiaceae é um gênero que apresenta distribuição cosmopolita, sendo três espécies ocorrentes na RPPN Uru: E. elegans, E. floribundum, E. pandanifolium. Apresentam folhas glabras e geralmente espinhosas, com umbelas em forma de cúpula e brácteas espinhosas basais.

Ecologia: o gênero tem como centro de diversidade a América do Sul, apresentando algumas espécies nativas de áreas rochosas e costeiras.

Canela-sassafrás

As Ocotea odorifera (Vell.) Rohwer – Lauraceae apresentam entre 7 e 18 m de altura, com ramos angulosos, caule geralmente tortuoso, curto e canelado com pequenas dilatações na base e casca com cicatrizes típicas da descamação. As folhas são alternas, simples e brilhantes, sempre agrupadas na ponta dos ramos. O odor caracteriza a espécie, reconhecida pela extração do safrol.

Ecologia: é considerada indicadora da fertilidade química do solo, ocorrendo geralmente em encostas bem drenadas. A dispersão é feita por aves, macacos e roedores.

Bromélias

A Bromeliaceae representa um dos grupos taxonômicos mais relevantes do Bioma Mata Atlântica. Sua importância se dá principalmente pela interação com a fauna, atuando como abrigo e alimento. São geralmente ervas terrestres ou epífitas, apresentando folhas alternas, espiraladas, frequentemente formando rosetas ou tanques. As flores estão reunidas em inflorescências com brácteas vistosas. A tilandsia usnea, popularmente conhecida como barba de boda, é uma espécie desta família que apresenta uma configuração morfológica diferenciada.

Bracatinga

A Mimosa scabrella Bentham – Fabaceae é uma árvore perenefólia com altura entre 4 e 18 m, apresenta tronco reto, curto e ramificado. As flores são amarelas e pequenas, agrupadas em capítulos pedunculados. As sementes são irregulares, escuros e brilhantes.

Ecologia: nativa das regiões de clima frio, apresentando uma grande área de ocorrência contínua no sul do Brasil.

Visitas

As Visitas Guiadas para alunos do Ensino Fundamental e Médio, realizado pelo Instituto Positivo em parceria com a Sociedade de Pesquisa em Vida Selvagem e Educação Ambiental (SPVS), tem como objetivo desenvolver práticas de educação ambiental e sensibilização para a conservação da biodiversidade.

Como faço para visitar?

As visitas só podem ser realizadas com autorização prévia. Aqui, nós conduzimos um programa de educação ambiental com nossos clientes, colaboradores e outros envolvidos com a Posigraf. Nosso objetivo é influenciar e sensibilizar mais empresas a integrarem a biodiversidade ao negócio.

Em caso de interesse entrar em contato com Fernando (frmazetto@positivo.com.br) ou Tais (tmaraujo@positivo.com.br).